sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Morar longe da Família


A pouco mais de 1 ano e meio me mudei do meu estado de origem. Sai do Rio de Janeiro e vim para Minas Gerais, Belo Horizonte.

A mudança física ocorreu no meio de outras mudanças emocionais, eu estava grávida de 5 meses da Gabriela, minha filha mais nova que hoje esta com 1 ano e 4 meses.


Apesar disso, tudo aconteceu com muita alegria. Há uns 2 anos eu já tinha esse desejo, já não andava feliz com a qualidade de vida na minha Cidade e sonhava com uma oportunidade de experimentar a vida em outro lugar.

Sempre fui meio desgarrada. Apaixonada pela minha família, Pais e irmãos, mas bem independente na rotina no dia a dia sem eles, então quando mencionava esse desejo de mudar, quase sempre o comentário que ouvia era "Nossa, mas vai ficar longe dos seus Pais..." e eu confesso, que não por falta de amor, mas isso não me preocupava. Sabia que teria saudade, mas que sempre buscaríamos nos ver e nos falaríamos com frequência (Obrigada ao inventor do Skype, que fez com que as distancias ficassem bem mais curtas).

E então a oportunidade apareceu. E lá fui eu. Com mala, cuia, barriga e filha.

Cheguei em Belo Horizonte sem nenhum referencial. Nenhum amigo. Nenhum parente. Nada. Mas em passos lentos, fui começando a construção de novos laços. Novos amigos (carregando SEMPRE comigo, os antigos é claro!). Novos lugares. Novos lazeres. Tudo, absolutamente tudo novo. E de forma incrível, mansa, doce, fui gostando, fui me acostumando, fui me sentindo em casa e me apaixonando.

Me apaixonei pela comida. Pelo povo (Mineiro tem fama de desconfiado, mas esses não devem morar aqui em BH, pois os que encontrei, foram de uma ternura e cuidado conosco, que não há o que falar). Pela Cidade.

Giovana e Gabriela também construiram suas vidinhas, conquistaram seus amigos. Nos reinventamos. E posso dizer que nunca, em momento algum, me arrependi da mudança.


Os amigos que fizemos, se tornaram um pedaço da nossa família. Nos acolhem nas datas festivas. Nos ajudam nos momentos de imprevistos. Nos indicam médicos. Nos trazem para perto. Sempre.

Com tudo isso, a vida aqui ficou aqui ficou mais fácil, mas uma coisa não posso negar...sinto sim falta da minha família. Sinto falta dos almoços de domingo. Das brincadeiras com meus irmãos. Das reclamações da minha mãe. Da comida maravilhosa servida por ela. Até da televisão alta do meu Pai.

Estar longe não é nenhum transtorno para mim, mas quando morre um familiar (quando minha avó faleceu e não pude ir ao enterro, chorei como criança com a vontade de estar junto deles), quando tem alguma comemoração, eu me sinto pequena e então entendo, que ainda que já seja uma adulta, que tenha a "minha" família, meus pais e meus irmão, serão sempre, sempre especiais para mim e o lugar deles na minha vida nunca poderá ser substituído por ninguém. Porque família é isso. A gente briga. Discorda. Mas quando o bicho pega, quando algum de nós precisa, a gente move os céus, mas não o deixa só. E a minha é assim.


Amo vocês!

Um comentário:

  1. Primeiro; porque as reclamações são só minhas? Eu falo alto o que muitos engolem. Filhos são criados para a vida dizem... Mas a DISTÂNCIA MACHUCA!
    Sinto falta do cheiro, dos sons, dos falares dos que estão longe, mas que todos tenham certeza de que o que mais me toca é a felicidade de todos e a distância .... já fui a Paris, BH então é mole!

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